sábado, 22 de setembro de 2007

Cientista diz que a Amazônia tem morte decretada, lamentável!!

Cientista diz que Amazônia tem morte decretada
Júlio Ottoboni

Um cenário sinistro está sendo montado para a Amazônia nas próximas
décadas, de acordo com a percepção de um cientista do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). A maior e
mais complexa floresta tropical do planeta e seus ecossistemas podem
estar com a morte decretada para um futuro não tão distante como se
previa e mais próximo do que se imaginava.
Entre 50 e 100 anos tudo poderá se transformar numa fina areia
desértica, inóspita, engolindo não só quase 50% do território
brasileiro, mas boa parte dos outros sete países e uma colônia que
compõem a panamazônia.

Pela primeira vez a ciência mostra que a sua sobrevivência depende
dos contornos e conseqüências do aquecimento global. Mercado de
crédito de carbono, fundos destinados a reduções compensadas de
emissões, ações para minimizar o impacto da indústria sobre o meio
ambiente e as campanhas preservacionistas podem dar em nada.

Para o conceituado cientista inglês, membro do IPCC, James Lovelock,
o planeta chegou a um ponto sem retorno. O mal está consolidado e a
questão é de tempo para que o fim da estabilidade climática dos
últimos 70 mil anos apresente seu lado mais agressivo.

A percepção de Lovelock, para muitos de seus colegas, é nefasta
demais. Embora ninguém discorde que o processo de mutação climática
já se iniciou, restam alternativas para o aquecimento global em
níveis suportáveis para a manutenção da vida. E isso passa por ações
urgentes na conservação e recuperação da Amazônia.

O cientista do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos,
órgão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José
Marengo, como integrante do IPCC faz alertas dramáticos para
intervenções urgentes na proteção da floresta. "A idéia é reduzir a
todo custo o desmatamento e a emissão dos gases do efeito estufa".

Entender a aflição do pesquisador é crucial para qualquer nação. A
Amazônia não é e nunca foi o pulmão do mundo, como se apregoou por
muito tempo. Seus índices de emissão de dióxido de carbono, oxigênio
e de outros gases são seqüestrados pela própria floresta, numa
atividade equilibrada e precisa. Mas ela pode ser considerada o
coração terrestre, pois consegue reger sistemas ligados a circulação
atmosférica, como regimes de chuva e de ventos do globo.

A Amazônica também é vítima de incertezas e descrédito. Apesar da
ótima reputação no exterior, a ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, sentiu o gosto amargo dos paradoxos, em novembro passado, na
12 Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima (COP-
12) em Nairóbi (Quênia).

Na ocasião, a ministra propôs a criação de um mecanismo de
incentivos, em forma de investimentos em um fundo para países em
desenvolvimento que efetivamente reduzirem as emissões de gases com o
combate ao desmatamento. Isso com o governo federal encabeçando uma
campanha mundial pelo biocombustível brasileiro e a ameaça desse novo
cultivo se tornar mais um predador da floresta.

O projeto apresentado por Marina Silva foi criado por três
organizações não-governamentais (ONGs) com o nome "reduções
compensadas". O máximo que ela conseguiu foi um silêncio absoluto na
sala de conferências, a qual reunia mais de 180 nações, e a promessa
da direção do evento de analisar o tema.

Papua Nova Guiné, Costa Rica e Indonésia apresentaram projetos muito
semelhantes e, ao contrário do Brasil, foram contemplados pelo Banco
Mundial. A criação desse tipo de fundo é uma incógnita até mesmo para
os cientistas mais inteirados sobre a situação. "Não sabemos como
essas agriculturas vão se comportar em relação à floresta", comentou
o cientista do Inpe Gilvan Sampaio.

O diretor da empresa especializada em créditos de carbono Metacortex,
Renato Giraldi, mostra preocupação. Acredita que a criação de fundos
como o proposto pelo Brasil está longe de ser rentável.

"A questão é que isso não é rentável para nenhum fundo de
investimento, ninguém pode assegurar que, além do tempo de maturação
da árvore, o montante plantado ou já existente será mantido. Há uma
grande desconfiança do investidor estrangeiro sobre o Brasil",
destacou.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1926890-
Fabiano de Oliveira.


Fabiano de Oliveira.


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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ginkho Biloba Indicação por Fabiano Oliveira

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Plantas Medicinais > Ginkgo Biloba

Ginkgo Biloba


Ginkgo Biloba (Ginkgo Biloba)

Esta espécie originária da Coreia, encontra-se aclimatada na França e na América do norte. Árvore muito bela, de folhas caducas em forma de leque bilobado (dicotiledóneo), de cor verde-clara, mudando no Outono para uma tonalidade amarela-dourada brilhante. Possui uma espécie de amentilhos pendentes que constituem os órgãos masculinos e flores femininas em cúpula. Estudos recentes comprovam a sua acção no aumento da irrigação dos tecidos, exercendo uma acção sobre as paredes dos vasos sanguíneos, diminuindo o risco de acidentes microcirculatórios, activando a oxigenação, a nutrição e o metabolismo energético celular.


Componentes: Lactonas terpénicas, proantocianidinas, heterósidos do quercetol e do caempferol.

Propriedades: aumento da irrigação dos tecidos, oxigenador celular.

Indicações: Problemas vasculares, arteriopatia, vertigens, cefaleias, enxaquecas, memória.

Produtos C.H.I. com Ginkgo Biloba: Ginkgo Biloba (Amp.), Ginkgo Biloba (Got.), Ginkgo Biloba (Cáp.), Lecigluten Forte (Amp.), Lecigluten Z (Cáp.)


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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Ayahuasca Hoasca oaska Daime vegetal UDV Yagé Concórdia


Dia 25_08_07

Novas experiências com o enteógeno ayahuasca.
Por: Fabiano Oliveira Concórdia SC Brasil MSN oliveira-fab@hotmail.com

Um breve post, de registro apenas.

A cada nova incursão, descobertas, insights, melhoramentos, iluminação.
Falo de minhas experiências com a ayahuasca em contexto daimista.
Falo do maravilhoso trabalho do centro terapêutico do Daime em Concórdia SC, que está ativo atuante e proporcionando maravilhosos momentos de muita introspecção e auto-conhecimento.
Supervisionado pela iluminada amiga Vera Lúcia.
Naturalmente que por se tratar de uma experiência particular e peculiar a nível mental e sutil, não pode ser mensurada ou explicada com palavras, dada a amplitude da experiência e diria da magnitude de tudo.

"O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano"
A experiência ayahuasca prova essa máxima.

Fabiano Oliveira

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segunda-feira, 9 de julho de 2007

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PODER VEGETAL

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quarta-feira, 27 de junho de 2007

SOMA ou AYAHUASCA? http://www.xamanismoancestral.com.br/artigos/bebida_sagrada.html

Artigos

Título: SOMA ou AYAHUASCA?

SOMA ou AYAHUASCA? Desde o período Paleolítico Superior (entre 75.000 a 15.000 anos a.C) que nossos ancestrais já utilizavam certas plantas para fins medicinais e como meio de acesso ao reino dos espíritos, através do feitio das chamadas Bebidas Sagradas. O impacto do seu uso na estruturação da psique e da cultura humana é muito maior do que se pode imaginar. Hoje em dia essas plantas são chamadas enteógenas, que significa: capaz de suscitar a experiência de Deus em si mesmo. Seus compostos psico-ativos produzem um estado de expansão de consciência. Num contexto espiritual apropriado geram experiências de êxtase místico. Nesses estados de consciência é que os santos, os avatares e os profetas lançaram o alicerce para muitas das grandes religiões de massa dos nossos dias.

Dizem que, periodicamente, a força espiritual que assiste e modela este planeta muda de lugar, o que explicaria os súbitos ciclos de decadência e de florescimento de culturas e tradições religiosas. Foi assim que se sucederam os cultos do Soma (uma bebida sagrada que possui efeito similar à Ayahuasca) no período pré-védico, através da Civilização do Vale do Indo ou Dravida (por volta de 7.000 a.C) da Índia antiga, onde o Xamanismo Ancestral já estava em evidência e que através do Soma, passou a fazer uso dessa Bebida Sagrada para conectar-se com o Grande Espírito. Da Índia, por volta de 4.500 a.C, quando o subcontinente indiano passou a sofrer diversas mudanças climáticas causadas em parte pelo movimento de placas tectônicas no decorrer de vários séculos, fazendo com que grande parte dessa civilização migrasse para outras regiões do planeta, levando todo o conhecimento deste povo, foi que a primeira bebida sacramental, o Soma, tomou novos rumos e disparou para o mundo, alimentando assim os Mistérios de Eleusis na Grécia Antiga, as tradições cristãs gnósticas e esotéricas, os yogues da Índia e do Tibet, a Cabala da Espanha Islâmica, os Incas e Astecas até chegar aos povos e culturas remanescentes do Éden original. Situadas na selva sul-americana, foi lá onde o Grande Espírito parece ter semeado grande parte da sua farmacopéia enteógena.

A intensidade da experiência mística desencadeada a partir destas bebidas, usadas desde milênios, tem sido relatada e estudada com cada vez maior frequência. O seu uso desperta na consciência a sensação inefável de fazer parte da Totalidade. Esta não é uma abstração e sim uma verdade que se encontra nas camadas mais profundas do nosso ser. Vista através desse tipo de experiência, a Natureza não é apenas um conjunto de solo, paisagens, flora e fauna e sim a forma visível da Mãe-Terra, o ser biológico espiritual planetário.

A forma pela qual essa compreensão ficou mais preservada chama-se Xamanismo. Ele é, segundo a já clássica definição de Eliade, aquelas técnicas arcaicas do êxtase, a primeira forma sistematizada pelo homem para acessar o desconhecido mundo dos espíritos. É profundamente excitante que este mesmo Xamanismo esteja novamente em destaque em nossos dias. Desde as incursões às selvas sul-americanas de alguns botânicos e etnógrafos do século passado, que a comunidade científica vem demonstrando um crescente interesse pela contribuição que as plantas psico-ativas podem dar, tanto para estabelecer uma cartografia da consciência, quanto para a solução dos grandes enigmas da espécie humana.

Em torno dessa indagação sobre os efeitos dessas plantas no sistema nervoso central e seu papel como fator estruturador da auto-consciência do homem e na criação do próprio pensamento religioso está se criando um campo de estudos comum entre o saber científico e a experiência mística. Se estas técnicas, xamânicas, principalmente as que se servem das Plantas e Bebidas Sagradas, foram responsáveis no passado pelas visões que deram origem às grandes revelações espirituais, certamente ainda hoje, elas nos estarão transmitindo a mesma mensagem. E a nossa consciência é ao mesmo tempo o aparelho receptor e o cenário onde essa mensagem nos é revelada.

Isso é válido tanto para as técnicas xamânicas tradicionais quanto para as religiões enteógenas, fenômeno recente, dos quais a Religião do Santo Daime no Brasil, da Iboga no Gabão e do Peyote nos EUA são os maiores expoentes. Todos esses cultos utilizam um sacramento enteógeno, uma planta psico-ativa que se transforma em um líquido sagrado que produz uma expansão de consciência e uma experiência de cunho eminentemente místico.

Na Amazônia Ocidental Brasileira o Xamanismo religioso dos pajés sempre esteve associado ao uso das plantas enteógenas. Uma das mais importantes delas é sem dúvida a Ayahuasca, em torno da qual convergem muitas tradições dos índios e caboclos da região.

Quando os imigrantes nordestinos trouxeram para a Amazônia seus mitos e suas crenças religiosas, bastante influenciadas por um catolicismo de raízes populares, aqui encontraram os povos nativos dessas matas, conhecedores dos seus múltiplos mistérios e dos segredos das plantas ultilizadas nos seus rituais xamânicos.

Foi nesse cenário, ao mesmo tempo mágico, que floresceu o culto do Santo Daime, um típico exemplo desta nova forma de fenômeno espiritual cada vez mais presente nos dias de hoje. Nas florestas da América do Sul, o Mestre Raimundo Irineu Serra cristianizou as tradições caboclas e xamânicas da Bebida Sagrada Ayahuasca, que em idioma Quéchua significa liana de los espíritos, conhecida desde o tempo dos Incas e rebatizou-a com o nome de "Daime", significando com isso o rogativo que deveria ser feito pelo fiel ao comungar com a bebida.

Raimundo Irineu Serra foi um maranhense de cor negra e elevada estatura física e espiritual. Com sua humildade e determinação, granjeou o respeito de todos quanto o conheceram. Depois de entrar em contato com a bebida na fronteira com o Perú, foi para a cidade de Rio Branco, onde começou a trabalhar com um pequeno círculo de discípulos. Obteve uma revelação da própria Virgem Maria, que lhe apareceu sob a forma da Rainha da Floresta. A partir deste momento, estava nascendo o Terceiro Testamento, uma Nova Anunciação Visionária, através dos hinos que o Mestre Irineu foi recebendo e que re-interpretava a cosmologia cristã pela lente e pelas luzes da Ayahuasca.

Mais uma vez, longe dos saberes eruditos e dogmáticos, da pompa dos cortesões eclesiásticos, um ensinamento espiritual de grande profundidade foi tecido por humildes seringueiros, no contexto de um cristianismo popular, durante o boom da borracha no final do século passado. Neste cenário ímpar foi que o Mestre Irineu reuniu em seu cadinho alquímico esse mesmo cristianismo com tradições pré-colombianas, esoterismo europeu, crenças africanas e Xamanismo enteógeno.

O resultado dessa mistura é um sistema que consegue aliar a extrema simplicidade de sua formulação a uma profundidade espiritual raras vezes lograda por outras correntes que se dedicam a batalha e a investigação do auto-conhecimento. As visões, que são chamadas também de mirações, mostram tudo que a nossa fé precisa acreditar. Considerando que no passado os cristãos eram glorificados por crer naquilo que não tinham visto, a revelação enteógena promove um avanço substancial. Mata a cobra e mostra o pau.

A cristianização da Ayahuasca é o fecho de um longo processo de resgate cultural e espiritual. Quis o Grande Espírito, que escreve certo por linhas tortas, unir a fé dos conquistadores cristãos (protagonistas da empresa colonialista que, sob a benção da Igreja, submetiam povos inteiros a escravidão e ao genocídio), com o sacramento destes povos subjugados e oprimidos. Com o Mestre Irineu, o Vinho das Almas se converte no novo sangue do Cristo, o Consolador Prometido, o Paráclito Vegetal, o Logos-Cipó. Através dele assimilou-se a espiritualidade dos nativos pré-colombianos ao mesmo tempo que se resgatava o karma desta página sombria da expansão da cristandade no novo continente. Isso sem falar na restauração do papel da experiência visionária como o centro da revelação espiritual, descrucificando assim o Ser Crístico da cruz dos dogmas a que foi reduzido.

Assim, nasce a Doutrina da Floresta, mais conhecida como Santo Daime, que prolifera no Brasil a utilização e divulgação da Bebida Sagrada, o Vinho da Alma, a Ayahuasca.

AYAHUASCA

Ayahuasca é uma bebida psicoativa, de poder espiritual milagroso que cura doenças do corpo e da alma. Ela é feita pela cocção de duas espécies vegetais distintas e utilizada atualmente em cerimônias ou rituais religiosos e místico-espirituais.

Cipó Mariri e a Chacrona

Inicialmente era usada pelos nativos em rituais de cura espirituais para chamar os espíritos curadores das matas. Seu culto de adoração é milenar, já era usado pelos ancestrais Incas após Huayna Cápac e cultuado pelos nativos, logo depois pelos caboclos acreanos, bolivianos e peruanos, os povos da floresta amazônica.

Uma das plantas é a liana, cientificamente denominada Banisteriopsis caapi, e a outra é um arbusto da família das rubiáceas denominada Psychotria viridis. Em Quéchua, língua nativa dos Incas, as plantas são conhecidas como Mariri (Jagube na floresta amazônica), o nome da liana, e Chacruna ou Chacrona, o nome do arbusto. Na mesma língua o nome da bebida é Ayahuasca, o vinho dos espíritos, das almas, dos mortos ou dos ancestrais.

Chacrona
Cipó Mariri
Chacrona
Chacrona: folha e sementes

A bebida é feita das duas plantas postas em maceração ou cozinhadas, com diversos graus de apuro e concentração. As plantas são conhecidas por várias outras denominações por estar sendo usada desde tempos imemoriais numa área extensa e por diversas nações indígenas separadas por grandes distâncias, diferenças culturais e idiomáticas. São conhecidos pelo menos quarenta e dois nomes indígenas para esta poção usada por pelo menos setenta e duas tribos indígenas da bacia Amazônica.

Feitio da Ayahuasca
Feitio da Ayahuasca
Ayahuasca
Ayahuasca pronta para consumo

O efeito desta Bebida Sagrada, quando ingerida, é como se fosse aceso um grande candelabro sobre a alma, iluminando-a, tornando possível ver a verdade material e espiritual, abrindo um portal de revelações interiores e mirações de um mundo encantado de cores de luz em uma outra dimensão. É a harmonia entre o homem e a natureza, a união do animal com o vegetal que transmite a ciência e a sabedoria do Grande Espírito.

A antiguidade do uso da Ayahuasca se perde na pré-história. De uma utilização regional milenar, centrada na Amazônia Ocidental, seu uso tem modernamente se expandido em toda a América do Sul, primordialmente, graças à preservação do uso pelos indígenas e mestiços, apesar da incessante repressão cultural desde os primórdios da colonização Brasileira. Muito do que se pratica e conhece sobre Ayahuasca vem da observação e conhecimento empírico acumulado pelos indígenas.

O uso dessas plantas pelos mestiços em geral acontece dentro do contexto da etnomedicina e segue os princípios gerais do uso tradicional dos nativos (uso xamânico) com modificações e acréscimos atinentes aos diversos sistemas de crenças religiosas importados junto com a colonização, principalmente: espiritismo, cristianismo, maçonaria e cultos africanos.

O impulso inicial em direção a uma expansão mundial da utilização da Ayahuasca se deu graça ao interesse geral por assuntos etnológicos e à expansão dos grandes movimentos religiosos sincréticos do Brasil, organizados em torno da utilização da Ayahuasca como sacramento, sendo os maiores o "Santo Daime", o mais antigo, e a "União do Vegetal (UDV)", entre várias outras denominações.

A Ayahuasca vem sendo utilizada há séculos por milhares de pessoas. Um tal período de ensaio excede em muito os padrões de estudos administrados para a aprovação de drogas e medicamentos. Na maioria das culturas amazônicas, até hoje, a Ayahuasca ocupa culturalmente um elevado conceito ao lado de outras Plantas Mestras (professoras ou Instrutoras) como o Peyote.

Durante as últimas décadas, a literatura contemporânea, sócio-antropológica, farmacológica e popular debateu significativamente as diversas dimensões e uso da Ayahuasca, do ponto de vista cultural, químico, psicológico e espiritual.

OS NOMES DA AYAHUASCA

Os nomes usados pelas diversas tribos e nações indígenas ao longo do Perú amazônico, Equador, Colômbia, Bolívia, Brasil ocidental e em determinada região da Venezuela são:

Yagé; bejuco bravo; bejuco de oro; caapi (Tupi, Brasil); mado, mado bidada e rami-wetsem (Culina); nucnu huasca e shimbaya huasca (Quéchua); ka-malampi (Piro); punga huasca; rambi e shuri (Sharanahua); ayahuasca amarillo; ayawasca; nishi e oni (Shipibo); ayahuasca; ayahuasca negro; ayahuasca blanco; ayahuasca trueno, cielo ayahuasca; népe; xono; datém; kamarampi; Pindé (Cayapa); natema (Jivaro); iona; mii; nixi; pae; ka-hee' (Makuna); mi-hi (Kubeo); kuma-basere; wai-bu-ku-kihoa-ma; wenan-duri-guda-hubea-ma; yaiya-suava-kahi-ma; wai-buhua-guda-hebea-ma; myoki-buku-guda-hubea-ma (Barasana); ka-hee-riama; mene'-kají-ma; yaiya-suána-kahi-ma; kahí-vaibucuru-rijoma; kaju'uri-kahi-ma; mene'-kají-ma; kahí-somoma' (Tucano); tsiputsueni, tsipu-wetseni; tsipu-makuni; rami-wetsem (Kulina); amarrón huasca, inde huasca (Ingano); oó-fa; yajé (Kofan); bi'-ã-yahé; sia-sewi-yahe; sese-yahé; weki-yajé; yai-yajé; nea-yajé; horo-yajé; sise-yajé (Shushufindi Siona); shimbaya huasca (Ketchwa); shillinto (Perú); nepi (Colorado); wai-yajé; yajé-oco; beji-yajé; so'-om-wa-wai-yajé; kwi-ku-yajé; aso-yajé; wati-yajé; kido-yajé; weko-yajé; weki-yajé; usebo-yajé; yai-yajé; ga-tokama-yai-yajé; zi-simi-yajé; hamo-weko-yajé (Siona do Putomayo); shuri-fisopa; shuri-oshinipa; shuri-oshpa (Sharananahua).

No Brasil os nomes mais usados são: Yagê, Ayahuasca, Daime, Vegetal, Hoasca e Oasca.

A FARMACOLOGIA DA AYAHUASCA

O Jagube (Banisteriopsis caapi): As Betacarbolinas (Harmina, Harmalina e Tetra-hidroharmina) são extraídas do chá do Jagube (Banisteriopsis caapi). Isoladamente o chá do Jagube pode induzir efeitos psicoativos indiretos, mediados pela sua atividade inibidora sobre a Monamina Oxidase e conseqüente elevação dos níveis de serotonina no organismo. O surgimento de imagens tipicamente hipnagógicas e modificações do humor e das emoções são atribuídos à elevação dos níveis de serotonina no sistema nervoso central. Os efeitos purgativos e eméticos são mediados pelo efeito da serotonina no intestino.

A Chacrona (Psicotria viridis): A substância N-Dimethyltryptamine (DMT) está presente nas folhas da Chacrona (Psicotria viridis). O chá das folhas, ou as folhas, não são psicoativas quando ingeridas isoladamente devido à rápida destruição destes alcalóides pela Monoamina Oxidase (MAO), uma enzima naturalmente presente no organismo humano. A estrutura da DMT, como a de outros compostos psicodélicos, é bem semelhante à da serotonina (5-Hidroxitriptamina ou 5-HT),um importante neurotransmissor de modulação. A serotonina age naturalmente, desinibindo controles e processos reguladores no cérebro. Suponha-se que tanto o acréscimo dos níveis de serotonina (efeito do Mariri) como os da DMT afeta os neurônios serotonérgicos, promovendo uma hiperestimulação e modulação, que desencadeia um largo espectro de efeitos como liberação de emoções reprimidas, recordações de memórias esquecidas e geração de imagens.

Sinergismo Químico Jagube/Chacrona: A DMT foi produzida em laboratório em 1931. Desde o início descobriu-se que a substância produzia efeitos intensos quando aplicada por via intramuscular em doses diminutas de alguns miligramas (na ordem de 0.7mg por kg de peso), mas que em contrapartida era inativa por via oral até mesmo em doses mil vezes superiores. Uma vez bem estabelecido a sua inatividade por via oral levantou-se a necessidade de se explicar como doses diminutas, de aproximadamente 29 mg de DMT, tipicamente ingerida numa Cerimônia de Ayahuasca, são capazes de produzir efeitos intensos.

A enzima Monoamina Oxidase (MAO) é a chave do mistério. Esta enzima, fisiologicamente presente no sistema digestivo, tem como função destruir as diversas monoaminas naturalmente contidas nos alimentos no sentido de proteger as diversas funções cerebrais mediadas por neuroreceptores ativados por monoaminas endógenas.

Sendo a DMT uma monoamina ela passa a ser imediatamente, tão logo ingerida, oxidada e decomposta pela enzima MAO ao nível do intestino. Mas, no caso da Ayahuasca, acontece que os demais alcalóides presentes na poção, as Betacarbolinas trazidas pelo Jagube, inibem momentâneo e reversívelmente a enzima intestinal MAO a ponto de evitar a degradação da acompanhante DMT na área digestiva, ficando assim disponível para absorção e penetração na corrente sanguínea e sistema nervoso central sem nenhum prejuízo ao organismo humano.

INOCUIDADE DA AYAHUASCA

Entre 1991 e 1993, a Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina), Universidade de Campinas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade do Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), Universidade da Califórnia, Universidade de Miami, Universidade do Novo México e Universidade de Kuopio (Finlândia), foram convidados por inciativa de uma das igrejas sincréticas Brasileiras, a UDV, para gerenciar uma pesquisa cientifica, intitulada "Farmacologia Humana da Hoasca, chá usado em contexto ritual no Brasil".

A pesquisa foi articulada pela direção central do Centro de Estudos Médico-Científico da União do Vegetal, órgão interno da instituição, que reúne seus adeptos profissionais de áreas relevantes. Os resultados constatam que a bebida Ayahuasca é inofensiva à saúde.

A pesquisa está publicada em importantes revistas científicas como: "Psychopharmacology", em texto assinado por J. C. Callaway (PhD), e "The Journal of Nervous and Mental Disease", em texto de Charles S. Grobb (PhD).

Este estudo se deu em Manaus e envolveu nove centros universitários e instituições de pesquisa do Brasil, Estados Unidos e Finlândia, financiados pela fundação norte-americana Botanical Dimension. A pesquisa começou a ser planejada em 1991 e aconteceu em 1993. Consistiu em aplicar testes laboratoriais e questionários, dentro dos procedimentos científicos padrões, em usuários da Ayahuasca. Eram pessoas de faixas etárias variadas, dos meios urbano e rural, freqüentadores assíduos dos cultos. Os testes foram também executados em não usuários servindo de grupo de controle.

A avaliação psiquiátrica conduzida pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, Centro de Referência da Organização Mundial da Saúde, não encontrou entre os usuários pesquisados nenhum caso de dependência, abuso ou perda social pelo uso da Ayahuasca, aspectos presentes em usuários de drogas proscritas pela legislação.

As conclusões comparativas são surpreendentes. A primeira delas, confirmando a afirmação de que a bebida é inócua do ponto de vista toxicológico: não se constatou "nenhuma diferença significante no sistema neurosensorial, circulatório, renal, respiratório, digestivo, endócrino entre os grupos experimentadores e de controle".

Nos testes psiquiátricos, foram aplicados os recomendados pela ortodoxia científica, o CIDI (Composite International Diagnostic Interview), com os critérios do CID 10 e DSM IIIR, e o TPQ (Tridimensional Personality Questionnaire). Constatou-se que os usuários da Ayahuasca, comparativamente aos não usuários (grupo de controle) mostraram-se mais "reflexivos, resistentes, leais, estóicos, calmos, frugais, ordeiros e persistentes". E ainda: mais "confiantes, otimistas, despreocupados, desinibidos, dispostos e enérgicos". Exibiram também "alegria, hipertimia, determinação e confiança elevada em si mesmo". Os examinandos apresentaram desempenho significativamente melhor que os do grupo de controle quanto à capacidade de lembrar as palavras na quinta tentativa. Foram melhores também em "número de palavras lembradas, recordação tardia e recordação de palavras após interferência".

Embora o protocolo de estudo não permitia separar os benéficos atinentes ao contexto religioso dos efeitos da bebida em si, esta pesquisa confirma a impressão geral, decorrente da sua utilização milenar, da inocuidade da Ayahuasca. De fato não se conhece caso de lesões e doenças provocadas pelo seu uso "in natura", sem adulterações ou misturas.

ASSOCIAÇÃO COM MEDICAMENTOS

Está claro que a utilização concomitante de drogas inibidoras da MAO, ou que, de alguma maneira interferem com o sistema serotonérgico não é recomendado e deve ser evitado, já que teoricamente pode levar à chamada "síndrome serotonérgica", um quadro clínico resultando de uma elevação patogênica dos níveis de Serotonina e potencialmente perigoso e suceptivel de levar a convulsões, hipertermia e perda da consciência.

Por uma questão de prudência e absoluta prevenção destes problemas (que nunca foram registrados com o uso tradicional da Ayahuasca) pelo menos teoricamente possíveis, não recomendamos o uso da bebida para pessoas em tratamento com fármacos psicoativos em geral e principalmente antidepressivos até três semanas antes da Cerimônia para permitir a total recomposição do estoque de MAO endógena e o retorno do sistema nervoso à sua fisiologia natural.

CONTRA-INDICAÇÃO

Consideramos ser contra-indicado o uso da Ayahuasca para pessoas com personalidades esquizóides e pré-psicóticas, neuróticos com instabilidade de identidade e níveis altos de ansiedade (síndrome do pânico).

Desde a década de 1960, época da descobertas de alguns antidepressivos e dos agentes inibidores da monoamina oxidase sabe-se que a utilização concomitante dessas substâncias deve ser contra-indicada. Aconselhamos os interessados a buscar referências na literatura especializada. Assim consideramos como contra-indicado o uso da Ayahuasca para os usuários de drogas e medicamentos psicoativos listados a seguir, a não ser após três semanas de suspensão da medicação, como:


  • Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina como: Fluoxetina (Prozac e outros); Citalopram (Cipramil, Denyl); Paroxetina (Aropax, Cebrilin, Pondera); Sertralina (Novativ, Sercerin);
  • Antidepressivos tricíclicos como: Imipramina (Tofranil); Desipramina (Norpramina); Clomipramina (Anafranil);
  • Antidepressivos de efeito dual ou complexo como: Venlafaxina (Efexor);
  • Substância de mecanismo de ação não muito bem estabelecido como: Lítio (Carboclim, Litiocar, Neurolithium);
  • Inibidores da Monamia Oxidade como: Tranilcipromina (Parnate, Stelapar); Fenelzina (Nardil).

    Por conta dos seus efeitos hipertensivos, eliminamos também os candidatos em uso de psicoestimulantes como Ritalina.

    O bom senso indica que enquanto não se sabe ao certo os efeitos específicos de cada uma das substâncias citadas em relação às dosagens habituais de DMT e agentes inibidores da monoamina oxidase tipicamente contida na Ayahuasca, não se deve incentivar o uso da bebida em pessoas usuárias dessas medicações.

    Apenas por questão de prudência não recomendamos o uso da Ayahuasca, a não ser em condições especiais, para mulheres grávidas.

    RECOMENDAÇÕES DE USO DA AYAHUASCA

    Evitar tirosina: Embora o efeito da Ayahuasca sobre a MAO seja de inibição curta e reversível é interessante, pelo menos para quem sofre de hipertensão, não utilizar alimentos contendo níveis elevados de tirosina (precursor da dopamina, epinefrina e norepinefrina) convertida em tiramina pelas bactérias intestinais.

    A tiramina, na vigência de uma inibição da MAO como a induzida pelo Jagube, pode também chegar na circulação gerando elevação da pressão arterial. O uso de alguns estimulantes do grupo das anfetaminas assim como alguns broncodilatadores podem também reforçar uma tendência para hipertensão.

    Assim sendo para pessoas portadores de hipertensão achamos por bem recomendar a limitação do uso das bebidas e alimentos ricos em tirosina por 24 horas antes da Cerimônia.

    Alimentos ricos em tirosina: vinhos tintos, cerveja e whisky, soja fermentada (misso), favas, queijos envelhecidos (não os de coalho e ricotas), peixes defumados, patê de produtos animais enlatados, molhos concentrados de carne, salsicharia, repolho fermentado (Sauerkraut) e aditivos protéicos vendidos em academia de ginástica.

    O triptófano: Algumas pessoas esperando reforçar os efeitos do chá pretendem elevar os seus níveis de serotonina (um dos neurotransmissores mais importante do sistema nervoso) ingerindo maior quantidade do aminoácido essencial, precursor dietético fundamental na síntese orgânica da serotonina ou seja, o triptófano.

    Vários estudos demonstram que a concentração de serotonina no cérebro é diretamente proporcional à concentração de triptófano no plasma e sistema nervoso. A ingestão dietética de triptófano influencia diretamente a quantidade de serotonina no plasma, cérebro e todos os tecidos do corpo. O metabolismo do triptófano requer uma quantidade adequada de vitamina B6 e magnésio para funcionar corretamente. O triptófano é o aminoácido essencial menos abundante nos alimentos. Além das carnes e anchovas os queijos tipo suíços, gruyère e parmesão, os ovos e as nozes são ricos em triptófano.

    Não é necessário esse tipo de dieta de eficiência duvidosa no sentido de reforçar os efeitos da Ayahuasca, de fato não existem notícias de investigações elaboradas no sentido de conferir os efeitos de um complemento dietético de triptófano em pessoas refratarias ou pouco sensíveis aos efeitos da Ayahuasca.

    O regime dos vegetalistas: Na prática dos vegetalistas e curandeiros utilizando a Ayahuasca como medicina para cura é comum a recomendação de regimes diversos principalmente sem carne (sendo excluída a carne de porco por muitos dias antes da experiência), gorduras, sal, açúcar, bebidas alcoólicas e abstinência sexual; o tabaco, considerado uma planta sagrada, é usado em diversos rituais. Alguns desses preceitos, com a eliminação do sal e do álcool se justificam do ponto de vista bioquímico, outras tem justificativas de natureza essencialmente espiritualistas.

    O valor relativo das dietas: No fim vale a pena salientar que milhares de adeptos, afiliados às grandes seitas sincréticas como as do Santo Daime e da UDV, não recebem dos dirigentes nenhuma orientação dietéticas, além de não fumar nem usar bebidas alcoólicas ou drogas, sem por isso deixar de obter os resultados desejados nas suas experiências nem tampouco apresentar reações atípicas.

    SOMA OU AMRITA

    Para o Xamanismo Ancestral o Soma, também conhecido como Amrita (o Elixir da Imortalidade) é a Bebida Sagrada que originou a Ayahuasca. O Soma também era uma bebida sacramental utilizada na Índia antiga, originada no céu, e passou a ser comparada mais tarde como a Ambrósia dos Gregos. Ela é mecionada nos Vedas, as escrituras sagradas da Índia, a qual relata uma série de contos envolvendo sua ingestão por alguns Deuses Hindus.

    O Soma védico era uma bebida ancestral que promovia a imortalidade àqueles que a tomavam. Seu feitio era realizado através da planta medicinal Asclepias acida ou Sarcostoma viminales colhida nas montanhas do Vale do Indo.

    Soma também é o nome do Deus da Lua, e assim como a Lua ele possuía, para nossos ancestrais Indianos, um simbolismo ambíguo, representada o bem e o mal, muito mais o mal do que o bem. Astrologicamente, Soma é o regente invisível da Lua, que representa também o símbolo da ilusão, da Deusa Maya. Soma é o Deus misterioso que desperta a natureza mística e oculta da humanidade.

    Para os xamãs ancestrais o uso sagrado do Soma fornecia visões místicas e revelações espirituais recebidas através de transes profundos. O Soma era utilizado nas iniciações xamânicas e bramínicas no período pré-védico e védico.

    Os iniciados no Soma sentiam seus corpos se fortalecerem, seus corações se encherem de coragem, suas mentes se encherem de lucidez e da certeza da sua imortalidade.

    Contos Hindus afirmam que o próprio Deus Indra adoecia às vezes por tê-la bebido. Os simples mortais poderiam até mesmo morrer se bebessem uma dosagem forte. O Soma danificava profundamente o organismo, mas para os iniciados ele gerava uma felicidade tão transcendente que este preço no fundo não era considerado exorbitante.

    Nas lendas Hindus, a Lua era o copo onde os deuses bebiam o Amrita, o Elixir da Imortalidade. Os eclipses aconteciam sempre que o monstro Rahu conseguia agarrar a Lua e beber essa bebida mágica. Mas como o Rahu não tinha ventre, a Lua podia escapar sempre e "seguir o seu caminho."

    O mesmo Elixir da Imortalidade recebia o nome de Amrita na Pérsia. Algumas vezes era chamado o leite da Deusa Mãe, algumas vezes bebida fermentada, algumas vezes como sangue sagrado. E sempre em associação com a Lua. O orvalho e chuva se tornava seiva vegetal, seiva se tornava o leite da vaca, e o leite então era convertido em sangue: Amrita, água, seiva, leite e sangue representavam estados diferentes de um mesmo elixir. O vaso ou cálice deste fluído imortal é a Lua.

    O Soma podia ser bebido também entre os Deuses Hindu, e o Deus que bebia chegava à posição de Indra, o Rei dos Deuses.

    Entre os humanos, ele possibilitava o renascimento em forma de Deus, deixando assim sua forma física, pois o Soma fornecia o divino poder de inspiração e desenvolvia no ser humano a faculdade de clarividência.

    Para o Xamanismo Ancestral o Soma possibilitava a mesma conexão que a Ayahuasca promove. O efeito era similar, apenas com uma diferença, mantras eram entoadas para intensificar ainda mais seu efeito.

    Por fim, o segredo do Soma védico chega à Grégia antiga, e assemelha-se a Ambrósia ou néctar, a bebida dos Deuses do Olimpo. E passa então a ser utilizado nas iniciações Eleusianas. E para os Gregos aquele que bebia o Soma chegava facilmente à posição de Brahma, o Deus Criador da Trindade Hindu.

    O Soma grego passou a ficar conhecido em toda a Europa, entre as tribos Teutônicas, os Germânicos e os Anglo-Saxões como a Bebida dos Deuses. Porém, para os Hindus a destilação da bebida era empregada da mesma forma como a da Ayahuasca, através das fases da Lua. Para os Gregos da época de Homero o Soma passou a ser extraído do néctar da Ambrósia.

    Infelizmente, nessa época, o Soma do admirável Velho Continente passou a não possuir mais os efeitos místico-espirituais promovidos pela Ayahuasca . Em pequenas doses proporcionava apenas uma sensação de felicidade. Doses mais altas geravam visões, e com três doses de Soma se caía, depois de alguns minutos, num sono relaxante. Isto sem qualquer desgaste sério para o organismo ou para a mente. Os habitantes do Velho Continente libertavam-se assim de seu mau humor, conflitos cotidianos ou criatividade reprimida pelo sistema.

    O Soma grego passou a ser visto como um direito dos cidadãos. Aprendia-se sobre as dosagens nas sessões de hipnopedia, e para o Estado era uma garantia contra a desadaptação pessoal e a divulgação de idéias subversivas. O Soma passou então a ser o ópio do Velho Continente, possuindo uma visão completamente contrária do Soma védico. "A religião, segundo Karl Marx, é o ópio do povo. No admirável Velho Continente, a situação invertera-se. O Ópio, ou antes o Soma, era a religião do povo."

    O DEUS SHIVA BEBE O VENENO DO MUNDO

    É surpreendente a força da religião na Índia. Qualquer visitante pode verificar que lá, os Deuses estão vivos! Shiva, que significa "O Benéfico", é uma das várias formas divinas que reúne aspectos contraditórios. As numerosas e diferentes formas de Shiva representam a dialética da própria natureza. Suas manifestações são complexas e contraditórias: Shankara é o Pai do Xamanismo Ancestral, Mahakala é o Senhor do Tempo, Mrituñjaya é o Vencedor da Morte, Pashupati é o yogi que medita nas florestas, Senhor das Feras, Sarva é o Arqueiro, Mahadeva é o Grande Deus, o deus da vida e da morte, Nataraja é o Rei dos Dançarinos, Ardhanarishvara é o andrógino, que unifica e transcende as dualidades.

    Diferentemente da idéia da cultura judaico-cristã, Shiva é a síntese, a integração das forças da vida e da morte. Seus mitos são símbolos que expressam de maneira poética e alegórica a percepção que o povo Hindu teve e tem das verdades universais, bem como da reconciliação entre a poesia e a religião por um lado, e a ciência, pelo outro.

    Dentre essas inúmeras formas, destacam-se duas que são pólos opostos: Nilakantha e Mahakala. Por um lado, Shiva é o preservador da criação, sob a forma de Nilakantha, "Aquele da Garganta Azul". Nessa forma, Shiva absorve em si próprio o veneno do mundo (halahala, ou kalakata). Esse veneno é a antítese do néctar celestial da imortalidade, chamado Amrita.

    Para que a imortalidade exista, a morte também deve existir. Apenas Shiva, o grande yogi que está além das dualidaes, pode absorver o veneno da morte e salvar o mundo.

    Shiva é ao mesmo tempo, então, o Senhor da Vida e da Morte, do nascimento e da destruição.

    Por outro lado, Shiva é igualmente Mahakala, o devorador do tempo, que dissolve o universo (mahapralaya) no final dos ciclos cósmicos (mahakalpas). Nesta forma, ele revela um aspecto de grande profundidade filosófica: o tempo é rítmico. É por isso que Shiva é o senhor da dança, Nataraja. Ele dança o tandava, a dança da dissolução, marcando o ritmo com o damaru, um tambor em forma de ampulheta.

    O mito de Nilakantha, conhecido como O Bater do Oceano de Leite (samudra mantham) exemplifica o quanto o Deus Shiva integra em si próprio as forças de criação e dissolução, bem como todas as ambigüidades, dualidades e pares de opostos.

    A história é assim: muito, mas muito tempo atrás, deuses e demônios estavam engajados numa luta sem quartel pela supremacia e pela conquista da imortalidade. Nessa guerra, a arma definitiva seria o Amrita, o Elixir da Imortalidade, que jazia no fundo do Oceano das Águas Causais.

    No entanto, todo o poder dos deuses, inimaginável para nós, mortais, era insuficiente para extrair o Amrita das profundezas. Ainda mais, quando os demônios estavam concentrados na mesma tarefa, e boicotavam o esforço dos deuses.

    Brahma, o Deus Criador, conclamou então um encontro para resolver a questão. Acordou-se que deuses e demônios cooperariam entre si, ao invés de lutar. Vishnu assumiria a forma de Kurma, uma tartaruga gigante. O ciclo do deus Vishnu inclui dez encarnações, das quais a tartaruga é a segunda. Essas encarnações são chamadas Avatara, que significa "Aquele que Desce [para salvar o mundo]".

    Sobre as costas de Kurma, os demais deuses colocariam o monte Mandara, e ele desceria carregando essa montanha até o fundo do Oceano das Águas Causais (Samudra). O deus-serpente Vasuki, enroscado ao redor da montanha, serviria como corda, puxada alternadamente por deuses e demônios, cada grupo ficando numa das beiras do Oceano. Desta maneira, Kurma, girando alucinadamente com os braços e as pernas abertos, trabalhou como uma espécie de liquidificador gigante, que espalhou as águas do Oceano em todas as direções, fazendo com que os tesouros submersos nele desde o início dos tempos, viessem à superfície. A tarefa estava dando muito certo, até a aparição do Veneno.

    A maneira em que o Veneno Mortal surgiu é aberta a interpretações. Por um lado, algumas versões do mito de Nilakantha afirmam que ele jorrou das profundezas do mar quando deuses e demônios começaram a bater as águas. Por outro, algumas versões sustentam que ele foi segregado por um imenso peixe que morava nas profundezas do Oceano, e que foi incomodado por Kurma quando este começou a bater as águas.

    A aparição do veneno kalakata marca o fim da Primeira Era das quatro do presente ciclo cósmico. Essa Era Cósmica chama-se Satya Yuga em Sânskrito, que significa Era da Verdade, ou Era do Dharma.

    Shiva estava meditando no alto do Himalaya. Deuses e demônios foram lhe rogar para serem salvos daqueles vapores letais. Ele aquiesceu, e bebeu o veneno, ficando com a garganta colorida de azul. É por isso que ele é chamado Nikalantha, o da Garganta Azul. O nome Garganta Azul aponta para o fato de que não existe nenhum conflito entre o coração e a mente de Shiva. Mente e coração estão em sintonia, alinhados e, entre eles, só existe espaço vazio, representado pela cor azul. Nikalantha é aquele que vê todo o mundo em si mesmo, e a si próprio em todo o mundo.

    O desapego de Shiva perante a vida e a morte é absolutamente aterrador. Ao beber o veneno kalakata, ele salva o Universo. Ao absorver em seu próprio organismo o veneno do mundo, ele redime a Humanidade.

    Desta maneira, deuses e demônios puderam retomar a tarefa de desenterrar não apenas o Elixir da Imortalidade, mas igualmente a Deusa Lakshmi, que surge das águas numa cena idéntica à do nascimento de Afrodite na mitologia grega, e que acaba casando com Vishnu, bem como alguns valiosos tesouros, dentre os quais destaca-se o kausthubha, uma jóia que o Deus carrega até hoje no peito.

    Uma vez resgatados esses tesouros, os deuses deram uma rasteira nos demônios para ficarem com o Elixir da Imortalidade, o Amrita.

    Akaiê Sramana - autor do livro Xamanismo Ancestral - O legado da Índia antiga
    Autor: Akaiê Sramana
    [Fonte: " Xamanismo Ancestral - O legado da Índia antiga", Akaiê Sramana]
  • Rituais do Chá em Concórdia dia 23_06_2007

    Fotos e detalhes em breve.

    segunda-feira, 25 de junho de 2007

    Terence Mckenna

    The Hole In The Box é um pequeno extra inédito do Manual de Evasão rodado no Observatório da Ajuda, com a colaboração do reporter Carlos Rodrigues. Ao contrário do que se possa pensar Terence Mckenna não faz um apelo ao regresso à vida nas cavernas. Dedicou grande parte da sua vida ao estudo de comunidades africanas e amazónicas. A partiha desses conhecimentos não se resumiu aos meios universitários. Mckenna divulgou os “ideais xamânicos” em conferências, raves e concertos (com os shamen por exemplo). Terence recusou-se sempre ser considerado um Guru, preferia que o vissem como um Seguidor. Das Gerações Vindouras.
    Em Portugal foi publicado o seu Pão dos Deuses.


    http://5dias.net/2007/02/21/802/

    Terence McKenna foi um pesquisador de plantas psicodélicas de projeção internacional.

    Terence McKenna foi um pesquisador de plantas psicodélicas de projeção internacional. Nasceu no Colorado (Estados Unidos) em 1946, graduou-se pela Universidade de Berkley e obteve mestrado em Xamanismo e Conservação de Espécies Botânicas. Em 1992 publicou o livro "Food of the Gods" ("Comida dos Deuses"), onde descreveu a evolução humana a partir do consumo de substâncias como o DMT e a psilocibina, encontrada em cogumelos alucinógenos. McKenna morreu em 2000 e é considerado por muitos como um "cientista da Nova Era". Esta entrevista foi concedida a revista OMNI em 1993.

    OMNI: Para que servem suas pesquisas com substâncias psicodélicas?

    MCKENNA: É uma tragédia pensar que alguém pode ir para o caixão ignorante das possibilidades da vida. E faço analogia com o sexo. Poucas pessoas podem evitar, em suas vidas, uma experiência de natureza sexual, já que sexo é uma das informações de que a condição humana dispõe. Sexo é um grande prazer, sexo liberta. Detesto pensar que alguém pode morrer sem experimentar sexo! O mesmo acontece com a experiência psicodélica. Ela é parte legítima da condição humana. Ela disponibiliza uma infinidade de informações fundamentais que perdemos quando o homem passou a se distanciar da natureza.



    OMNI: "Food of the Gods" liga DMT à psilocibina. Qual a relação?

    MCKENNA: A psilocibina (presente em alguns cogumelos e no LSD) e o DMT são quimicamente da mesma família. Meu livro é sobre a história das drogas; mostra o impacto cultural e o poder de desenhar a personalidade que elas possuem. As pessoas têm tentado, sem sucesso, responder como nossas mentes e consciências podem derivar do macaco. Já formularam todo o tipo de teoria sobre isso, mas para mim a chave que destranca este grande mistério é a presença de plantas psicoativas na dieta do homem primitivo.

    PS: A um tempo atrás eu perguntei se o LSD tinha algo haver com os cogumelos e me disseram que não tinha nada a ver... então, oq me dizem?



    OMNI: O que o levou a concluir isto?

    MCKENNA: A teoria ortodoxa da evolução nos diz que pequenas mudanças adaptativas de uma espécie acabam sendo geneticamente impressas em seu DNA. Os descendentes da espécie vão acumulando novas mudanças adaptativas, até que o conjunto de mudanças gere outra espécie. Pesquisas de laboratório mostram que a psilocibina, mesmo ingerida em quantidades muito pequenas, é capaz de imprimir mudanças em nós. Nos anos 60 Roland Fisher, do National Institute of Mental Health, deu psilocibina a voluntários, e então realizou testes oftalmológicos. Os resultados indicaram que a visão periférica aumenta quando havia psilocibina no organismo do voluntário.
    Bem, o aumento da visão periférica seria de grande ajuda adaptativa para o hominídeo, pois caçavam com mais sucesso e se defendiam melhor, também!

    Então aqui temos o fator químico: quando adicionado à dieta, psilocibina resultou num excelente "artefato" de sobrevivência.Quando os macacos desceram das árvores encontraram cogumelos no solo. Em pequenas quantidades aumentou sua capacidade visual periférica; em maiores quantidades, aumentou as atividades de seus sistemas nervosos centrais, que resulta em maior atividade sexual e, conseqüentemente, descendentes que carregam genes modificados pela psilocibina.



    OMNI: Como as informações disponíveis sobre a psilocibina sustentam sua teoria?

    MCKENNA: Bem, este é o problema: a psilocibina foi descoberta em 1953, e não foi totalmente caracterizada até ser proibida, em 66. A janela de oportunidade que se abriu para estudá-la foi de apenas nove anos. Quem pesquisava a psilocibina nem sonhava que os estudos seriam proibidos pelo governo americano! Quando o LSD foi apresentado à comunidade psicoterapêutica, e uma grande esperança de estudos dos processos mentais e psicológicos se abriu, o governo suprimiu as pesquisas com drogas psicodélicas. A conseqüência disto é que a comunidade científica está capenga, pois não pôde cumprir sua missão de conhecer profundamente os mistérios da mente humana. A ignorância e o medo do governo atrapalharam o trabalho dos cientistas.



    OMNI: Você está dando uma enorme quantidade de poder a uma droga. O que você pode dizer sobre a psilocibina?


    MCKENNA: Ainda não sabemos tudo o que a psilocibina e o DMT podem oferecer. É como quando Colombo avistou terra, e alguém disse, "Então você viu terra. Isso é importante?", e Colombo disse, "Você não entende: este é o Novo Continente". Então uns marinheiros, como eu, retornaram da viagem dizendo, "Não há bordas no planeta, ele é redondo. E mais: não há monstros marinhos, e sim vales, rios, cidades de ouro". É duro de engolir, mas caso possam voltar a estudar a psilocibina, os cientistas poderão revolucionar a forma com que lidamos com o ser humano e com o universo. Nos últimos 500 anos a cultura ocidental suprimiu a idéia de inteligências desencarnadas, da presença real de espíritos. Mas trinta segundos de viagem com DMT acabam com a dúvida. Esta droga nos mostra que a cultura é um artefato, que você pode ser um psiquiatra em Nova York ou um xamã em Ioruba, mas que essas realidades são apenas convenções locais que organizam as pessoas em sociedade. A experiência com DMT é universal, pois mostra do mesmo modo, para qualquer pessoa de qualquer cultura, a legitimidade do universo espiritual.



    OMNI: Bem, mas a cultura nos dá alguma coisa para fazer, Terence.

    MCKENNA: Sim, mas a maior parte das pessoas acha que cultura é o que é real. A psilocibina mostra que tudo o que você sabe está errado. O mundo não está sozinho, não é tridimensional, o tempo não é linear, não existem coincidências. Existe, sim, um nexo interdimensional.



    OMNI: Se tudo o que sei está errado, então o que está certo?

    MCKENNA: Você precisa reconstruir. É, no mínimo, uma tremenda permissão para sua imaginação. Você não tem que seguir Sartre, Jesus, ninguém. Tudo se esvai, e só o que você pensa é, "Sou apenas eu, minha mente e a Mãe Natureza". Esta droga mostra que o que existe do outro lado é uma impressionantemente real forma de vida auto-consistente, um mundo que permanece o mesmo toda vez que você o visita.



    OMNI: E o que está lá nos esperando? Quem?

    MCKENNA: Você cai num espaço. De alguma forma, você pode dizer que é subterrâneo. Existe uma sensação de enclausuramento, mas ao mesmo tempo o espaço é amplo, aberto, caloroso, confortável de uma forma muito sensual, material. Há entidades totalmente formadas, não há dúvidas de que essas entidades estão lá. Enquanto isso você diz, "Batimentos cardíacos? Normais. Pulso? Normal." Mas sua mente está dizendo, "Não, eu devo ter morrido, é muito radical, muito, muito radical. Não é a droga, drogas não fazem coisas assim", e você continua vendo o que está vendo. A droga nos tenta revelar qual a verdadeira natureza do jogo. Que a dita realidade é uma ilusão teatral. Então você quer encontrar seu caminho até o diretor que produz a realidade, e discutir com ele o que acontecerá na próxima cena.



    OMNI: Você dedicou boa parte de sua vida no mapeamento do DMT e da psilocibina. Como você os interpretaria?

    MCKENNA: Estas substâncias podem dissolver numa única viagem toda a sua programação mental até então. Elas te levam de volta à verdade do organismo - a que diz que idioma, condicionamento e comportamento são totalmente desenhados para mascarar. Uma vez dopado, você renasce para fora do envelope da cultura. Você chega literalmente nu neste novo lugar.



    OMNI: Você acha que realmente existe algo como uma "bad trip"?

    MCKENNA: Uma viagem que acaba te fazendo aprender mais rápido do que você quer é o que as pessoas chamam de bad trip. A maior parte das pessoas tenta dosar o aprendizado inerente às drogas, mas às vezes a droga libera mais informação do que você é capaz de aprender. Para piorar, a mensagem pode ser, "Você trata mal as pessoas!", e ninguém quer escutar isso.



    OMNI: Como você pode defender as drogas com tanto entusiasmo quando elas estão associadas a tanto sofrimento e caos?


    MCKENNA: Nós deveríamos falar da palavra êxtase. Em nosso mundo, comandado pela Madison Avenue, êxtase é aquilo que você sente quando compra uma Mercedes e pode bancá-la. Mas este não é o significado certo. Êxtase é uma emoção complexa que contém elementos de medo, triunfo, empatia e pavor. O que substituiu nosso pré-histórico conceito do êxtase é a palavra "conforto", uma idéia tremendamente asséptica, letárgica. Drogas não são confortáveis, e qualquer um que pense que elas são uma forma de conforto ou escapismo não deveria tomá-las até que tenham coragem de lidar com as coisas como elas realmente são.



    OMNI: Que tipo de pessoas não deveria tomar drogas?

    MCKENNA: Pessoas mentalmente instáveis, sob enorme pressão, ou operando equipamentos dos quais dependem as vidas de outros seres humanos. Ou pessoas frágeis, ingênuas, superprotegidas. Algumas pessoas foram tão estragadas pela vida que a dissolução de amarras não é boa para elas. Essas pessoas deveriam ser cuidadas com carinho, e não encorajadas a arrebatar limites. Se por fatores genéticos, culturais ou psicológicos as drogas não são para você, então não são para você. Não estou pedindo para que todas as pessoas tomem drogas, mas acredito que assim como uma mulher deve estar livre para controlar sua fertilidade, uma pessoa deveria estar livre para controlar sua própria mente.

    Todos deveriam ser livres para tomar o que quisessem, e estar bem informados sobre o que cada opção envolve. Exatamente como acontece com educação sexual. Hoje a forma com que lidamos com informações sobre drogas é a mesma como fazíamos nos anos trinta com sexo. Você aprendia através de rumores! Então as pessoas acabam tendo idéias absurdas sobre as coisas.



    OMNI: Onde está sua esperança?

    MCKENNA: Está na psicologia e nos jovens. Eles têm o que nunca tivemos: pessoas mais velhas que já tiveram experiências psicodélicas. O LSD tomou, e ainda toma, de assalto nossa sociedade. Dois estudantes de bioquímica podem fazer um pequeno laboratório móvel e produzir, num final de semana, de 5 a 10 milhões de doses de ácido para distribuir em papel pelo mundo. Esta facilidade e discrição criou uma pirâmide de atividade criminal de tanta potência que o governo reage como se um revólver estivesse apontado para sua cabeça. O que, no fundo, é verdade! A estratégia certa é subversão, atenção e discreto não-conformismo contra o tédio e a opressão do mundo.



    OMNI: Terence, meu amigo, existe alguma coisa que o deixa com medo?

    MCKENNA: Loucura. As pessoas me perguntam, "Posso morrer tomando esta ou aquela droga?". É a pergunta errada. Claro que sempre existe algum risco em qualquer coisa, mas o que é realmente perigoso é a sua sanidade, porque como a desconstrução da realidade é infinita, você pode se mudar para algum
    outro lugar. Tenho medo de não ser capaz de contextualizar essa desconstrução, me perder e não retornar à comunidade humana. Estamos tentando construir pontes, não navegar infinitamente.



    OMNI: Como você vê o futuro?

    MCKENNA: Se a história seguir futuro adentro, será um futuro de escassez, preservação do privilégio, controle da população através do uso cada vez mais sofisticado de ideologia para acorrentar e iludir as pessoas. Estamos no limite exato. O que também potencialmente nos aguarda é uma dimensão de tanta liberdade e transcendência que, uma vez lá, viveremos de imaginação. Seremos rapidamente irreconhecíveis se comparados ao que somos hoje porque hoje somos definidos por nossas limitações: a lei da gravidade, a necessidade de comer, de ficarmos ricos. Temos o poder de nos expandir indefinidamente para o prazer, atenção, carinho e conexão. Só precisamos nos libertar e nos permitir.



    sábado, 23 de junho de 2007

    O Ayahuasca e o Neoxamanismo

    Vale ressaltar que nem sempre é fácil separar o xamanismo do neoxamanismo. Durante um congresso realizado no Peru, em 1998, foram levantadas algumas características que, em geral, só estariam presentes num "verdadeiro" xamã: ele não faz auto-propaganda; o seu reconhecimento emana da comunidade; existe uma certa "inevitablidade" do seu destino -trata-se de uma missão, um chamado, que de certa forma é um fardo; o xamã tradicional pode curar, mas pode também causar danos. Mas é evidente que na prática as fronteiras não são tão claras...

    Observa-se, atualmente, um processo de expansão de diversas religiões brasileiras no exterior -umbanda, Assembléia de Deus e o próprio Santo Daime, por exemplo. Você tem notícia sobre como elas são ressignificadas lá fora? Como fica a questão legal, no caso do Daime?

    Labate: Há ainda poucas pesquisas sobre a expansão do Santo Daime e da União do Vegetal (UDV) para o exterior. Visitei o Santo Daime na Itália e na França e pude observar que vem ocorrendo uma espécie de inversão simbólica: lá, o caboclo da Amazônia é revestido de enorme poder e sabedoria -e começa a surgir um novo tipo de especialista religioso (que tende a formar uma rede de prestação de serviços particular). Os amazonenses parecem captar rapidamente estes significados e se apropriar deles... Na verdade, o mesmo já vinha ocorrendo nos centros urbanos do Brasil: o Acre e a Amazônia ganharam status de centros de peregrinação.

    Outra característica dos rituais no exterior é que são acompanhados por uma maior rigidez, por aquilo que alguns autores denominam de “hiperreal”: uma constelação que procura ser mais real do que o próprio real. Justamente por se tratar de “imitações”, parece haveria a necessidade de se enfatizarem as regras, o modelo, para refutar a acusação de "cópias falsas". Eis, aliás, outra característica presente também na maioria dos templos urbanos brasileiros.

    Outro aspecto interessante da expansão internacional da ayahuasca é que o português está adquirindo um caráter sacro, na medida em que, tanto no Santo Daime, quanto na UDV, os cantos são mantidos em seu formato original e os estrangeiros têm se dedicado a aprender nossa língua. Por fim, podemos notar que esta diáspora religiosa do Terceiro para o Primeiro Mundo tem permitido o estabelecimento de novas e inusitadas parcerias, como no caso de uma comunidade, na Califórnia, que participa simultaneamente dos ritos da Native American Church (consumidora do peiote) e do Santo Daime.

    Por que, embora haja uma tradição de consumo da ayahuasca por xamãs e curandeiros do Peru, Colômbia, Venezuela e Equador, apenas no Brasil surgiram religiões não-indígenas baseadas no consumo da bebida?

    Labate: É uma boa pergunta. Eu não sei ao certo... Os daimistas e udevistas diriam que isto ocorreu devido à “revelação” obtida por seus líderes-fundadores... É curioso que condições socioeconômicas semelhantes possam ser encontradas em outros países latino-americanos, sem que lá tenha havido o florescimento de instituições parecidas. Penso que esta é mais uma evidência da força da matriz religiosa brasileira, marcada por uma enorme capacidade de absorção simbólica da diversidade, ressignificando e recriando permanentemente religiões, ritos, mitos etc.

    É bem verdade que existem modalidades análogas às religiões ayahuasqueiras brasileiras na América do Norte e na África, como é o caso da Native American Church, que faz uso do peiote, nos EUA e no México, e do Buiti, culto fundado no consumo da iboga, praticado nos Camarões e no Gabão. Nestes dois casos, trata-se igualmente de religiões capazes de reelaborar as antigas tradições dos sistemas locais a partir de uma leitura influenciada pelo cristianismo. No entanto, nos outros países as manifestações são mais marcadamente étnicas, ou seja, costumam ser apanágio de um grupo específico, diferente do que ocorre com o Santo Daime e a União do Vegetal, no Brasil.

    Qual é o tema da pesquisa de doutorado que você está desenvolvendo atualmente na Unicamp?

    Labate: Pretendo analisar as transformações que o xamanismo ayahuasqueiro está sofrendo em função da demanda externa dos brancos, como turistas, ONGs e órgãos de pesquisa. Quero abordar a fusão dos universos indígena e branco através do aparecimento de vários novos personagens sociais híbridos, como neoxamãs -brancos que “viram xamãs”- e “neo-índios” -índios que se globalizam e se conectam as circuitos internacionais de turismo, conferências etc.

    O campo ayahuasqueiro é um laboratório para a observação de uma tendência contemporânea mais ampla, marcada pela fusão crescente entre pesquisador e nativo, pesquisa e militância, saber cientifico e popular -o que nos permite também repensar algumas instâncias antropológicas clássicas, como o papel do antropólogo e a separação entre sujeito e objeto.

    E como é nova coletânea, “O Uso Ritual das Plantas de Poder”, que você organizou com Sandra Goulart?

    Labate: O livro aborda os usos rituais, tradicionais e modernos, dos psicoativos. É uma espécie de continuação da coletânea “O Uso Ritual da Ayahuasca”, ampliando agora a análise para incluir outras substâncias como o tabaco, a Cannabis, a iboga, a jurema, o pariká, a coca, espécies de Brugmansia e Brunfelsia, entre outras.

    A obra procura evidenciar os múltiplos usos que estas plantas têm tido ao longo da história: os diversos usos místicos, terapêuticos, estéticos, o seu papel na promoção da coesão social e identidade étnica, na transmissão de valores culturais, no estabelecimento de contato com agentes sobrenaturais, nas transformações do “self” e assim por diante.

    Ao mesmo tempo, pretendemos indicar uma ponte entre a análise sobre rituais e religião, pilares centrais da antropologia, com a questão do consumo das “drogas” nas sociedades contemporâneas, chamando a atenção para a necessidade abordagens mais interdisciplinares e menos patologizantes neste campo de estudos. A coletânea deve ser lançada no ano que vem, completando a trilogia.

    Gostaria de saber um pouco de sua experiência pessoal com o chá, já que ela é inseparável de seu trabalho. Como foi seu primeiro contato com a ayahuasca? Qual o papel da bebida e dos rituais na sua vida?

    Labate: Eu tomei a ayahuasca pela primeira vez em Pocinhos do Rio Verde, no sul de Minas Gerais, num núcleo da União do Vegetal. Logo depois participei de um ritual do Santo Daime, e resolvi partir imediatamente para a Amazônia, para conhecer a fonte original dessas religiões. Fiquei 40 dias pesquisando as várias vertentes.

    Quando voltei, senti que algo fundamental havia mudado em minha vida e fui tomada por um certo ímpeto messiânico: “o mundo precisa saber desta planta!” (claro que depois descobri que eu não era a primeira pessoa a sentir isto...). Organizei então o Primeiro Congresso sobre o Uso da Ayahuasca (Iº Cura), na Unicamp. Desde aquela época fui várias vezes ao Peru e à Colômbia, organizei outros eventos, participei de conferências e produzi livros, enfim, o tema abarcou toda a minha vida.

    A ayahuasca é algo muito íntimo. Acho que há um certo tipo de vulgarização da experiência visionária; ou talvez eu não aprecie os relatos pessoais simplesmente porque minha veia poética não é muito desenvolvida... Posso dizer, entretanto, que a ayahuasca para mim é como um aliado, que está aí para me ajudar. Ela tem me ensinado, confortado e limpado. Pois a bebida é antes de mais nada um “purgante”.

    As pessoas pensam em termos de “estados alterados de consciência”, mas talvez fosse mais correto falar em “estados corporais alterados”. O seu consumo, em combinação com outras plantas, dietas e restrições implica numa verdadeira reprogramação química do organismo. Ela não é uma pílula mágica, um fim em si mesmo, mas sim um veículo cuja eficácia só pode ser medida no dia-a-dia, através das alterações que provoca no estilo de alimentação, sono, sociabilidade etc. Eu sinto que é como se fosse a chave de um parafuso: cada vez que tomo, dá mais uma volta, mais uma ajustada para eu “entrar no eixo”, tornar-me mais forte, saudável.

    Ao mesmo tempo, a bebida está ligada à morte, ao além-mundo, à essência da vida. Dizem que ela ensina muito sobre a natureza, a flora e a fauna, mas comigo isto sinceramente não acontece, talvez por eu ser uma pessoa bem urbana. É claro que para um indígena, cuja narrativa da origem da própria humanidade está ligada ao aparecimento da ayahuasca na Terra, a planta possui outro status e significado. De qualquer forma, sou muito grata de ter tido a oportunidade de conhecer este mundo das plantas e remédios da floresta.

    Ilana Goldstein
    É mestre em antropologia social na USP e em mediação cultural na Sorbonne, autora de "O Brasil - Best Seller de Jorge Amado" (ed. SENAC, no prelo).

    domingo, 17 de junho de 2007

    BEATRIZ CAIUBY LABATE

    BEATRIZ CAIUBY LABATE
    Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos Centros Urbanos, A
    BEATRIZ CAIUBY LABATE
    O livro analisa os novos usos da ayahuasca, para entender as extensões do universo ayahuasqueiro brasileiro, a partir da investigação sobre a formação e a dinâmica de grupos que realizam trabalhos,...


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    Uso Ritual da Ayahuasca, O

    BEATRIZ CAIUBY LABATE & WLADIMYR SENA ARAUJO
    Esta coletânea é o resultado da reunião de 25 artigos escritos por autores de 7 países diferentes. Representa o maior esforço de reflexão realizado até hoje no Brasil a respeito do consumo da ayahu...
    NÃO DISPONÍVEL

    Santo Daime: agora pode

    Santo Daime: agora pode

    Guilherme Ravache

    Resolução federal legaliza o uso religioso da ayahuasca, bebida que ficou famosa na década de 80 por ser usada por artistas. Os seguidores defendem que o chá promove o caminho para o autoconhecimento. Os contrários alegam que ele causa alucinações

    Cinturão Verde As duas plantas presentes no preparo da bebida ayahuasca - o cipó mariri ou jagube (Banisteriopsis caapi) e a folha chacrona ou rainha (Psychotria viridis) - são encontradas na Amazônia.

    Após décadas de controvérsia, na segunda-feira, 8, saiu publicada no Diário Oficial da União a resolução do Conselho Nacional Antidrogas (Conad) que reconhece como prática legal o uso da ayahuasca para fins religiosos.

    A polêmica em torno do chá envolve suas propriedades psicoativas (embora não possua substâncias psicotrópicas na origem, o chá possui DMT - dimetiltriptamina -, que provoca alterações na consciência). As duas plantas presentes no preparo da bebida - o cipó mariri ou jagube (Banisteriopsis caapi) e a folha chacrona ou rainha (Psychotria viridis), separadas, não têm qualquer efeito sob o organismo, mas, quando fervidas juntas, resultam na ayahuasca, bebida amarga de cor amarronzada. Os contrários à liberação da ayahuasca afirmam que ela pode provocar alucinações, logo, tem efeito similar a uma droga como o ácido lisérgico. O chá chegou a estar na lista de substâncias proibidas pela Divisão de Medicamentos (Dimed), mas a medida foi suspensa provisoriamente em fevereiro de 1986. A suspeita de que a bebida seria alucinógena está descartada na resolução publicada no dia 8. A decisão do Conad é baseada no parecer da Câmara de Assessoramento Técnico-Científico do Conad. Ainda segundo a resolução, será criado um grupo multidisciplinar para "fazer o levantamento e o acompanhamento do uso religioso da ayahuasca e das pesquisas para seu uso terapêutico".

    FIÉIS. A bebida é usada por mais de 12 mil seguidores da União do Vegetal, do Santo Daime e de outras entidades religiosas que defendem que, tomando o chá, se atinge um estado de miração (quando se entra em contato com o Espírito Santo e tem início um processo de autoconhecimento e melhor compreensão do mundo.)

    De origem amazônica, o chá foi descoberto por índios há milhares de anos e era amplamente usado pelos pajés. Foi "redescoberto" por seringueiros no início do século passado. Entretanto, nos últimos anos, vem ocorrendo uma popularização da bebida nos grandes centros urbanos. O fenômeno foi destacado pela pesquisadora Beatriz Caiuby Labate em seu livro A Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos Centros Urbanos (Editora Mercado de Letras).

    RAVE E CHÁ. Em Minas Gerais, uma rave chamada Ayahuasca Visions foi anunciada, mas o protesto de três centros ligados ao Santo Daime conseguiu impedir que a festa acontecesse. "O risco de a ayahuasca virar droga para diversão existe, mas é mínimo. As reações corporais e psicológicas são muito fortes", afirmou à revista Época o secretário



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